sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A educação maquiada

Recentemente, li uma notícia sobre o aumento no número de analfabetos no Brasil. A última vez que esses números cresceram foi em 1998, é o que afirma uma análise realizada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Os maiores “culpados” por essa alavancada, é o nordeste (53,8% de todos os analfabetos do país, ou 7,1 milhões) e a população idosa. O índice subiu de 8,6% para 8,7%, são 300.000 analfabetos com idade superior a 15 anos, referentes a esse 1%.

Prestei atenção também, quando a notícia trazia o gigante número de 13,2 milhões de brasileiros que são analfabetos. Considerei o número um absurdo e logo me veio a mente, amigas graduadas e graduandas que escrevem palavras como “assindente” e “ qual quer”, elas não estão na contagem, imagine quem está. Acredito que esse número é bem mais extenso, procurei outras pesquisas e encontrei uma de 2005 divulgando a incrível informação, que 75% dos brasileiros não conseguem entender o que estão lendo.

Quando cursava o ensino fundamental, lembro de uma amiga pedindo para eu ler a parte dela do livro que iríamos apresentar e contar pra ela o que tinha entendido. Ela era analfabeta funcional, o texto era simples, ela lia e não entendia, nem por isso repetiu o ano, devíamos estar na 7º série. Logo comecei a buscar na memória, colegas repetentes e eram pouquíssimos, os educandos, adentravam a série seguinte sem maiores dificuldades, aliás, a única dificuldade era o aprendizado.

Numa conversa com um amigo, tentávamos adivinhar como as pessoas que moram fora do país enxergam a educação brasileira, ele comentou que os estrangeiros devem ficar confusos, sem saber o que pensar, porque o ensino fundamental e médio é tão precário e o ensino superior é digno de reconhecimento internacional. Logo lembrei da falta de reprovação que citei no parágrafo anterior. Na escola, eram poucos que repetiam o ano, já na faculdade, o estudante repete uma disciplina deixando de fazer um trabalho ou esquecendo de estudar para uma prova.

Lógico que existem certas exceções, certa vez acompanhei uma amiga numa prova final, essa era realizada via internet e as informações estavam ali no Google. Ela não precisou estudar o conteúdo que não havia aprendido durante o semestre, era só pagar a prova final e pesquisar na internet, que o semestre seguinte estava a caminho.

Desse modo, acredito que esses números são tão assustadores pela junção das parcelas de “culpa” das partes interessadas. O governo por não investir o suficiente numa educação de qualidade, os professores preguiçosos por não repetir o estudante de ano, já que esse não alcançou o aprendizado satisfatório e (vou dizer igual ao meu pai), os desinteressados. É muita visita no Facebook alheio, pra pouca pesquisa pertinente no Google. A atual educação brasileira está de deixando de ser maquiagem, para tornar-se, caricatura.

Por: Ana Marina Caldeira

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